Rio - A avaliação do
governo Bolsonaro não anda lá muito bem das pernas. De cada 10
brasileiros, para quatro o presidente não fez nada de muito positivo ou
que mereça destaque em seus seis meses de governo. Incitados a responder
livremente (não foram dadas opções) o que o presidente teria feito de
melhor até então, 39% dos entrevistados responderam "nada". Estes
números estão em levantamento do Instituto Datafolha feito nos dias 4 e 5
de julho.
Esse percentual sobe para 45% entre mulheres e
pessoas com apenas o Ensino Fundamental, para 46% entre negros, para 47%
no Nordeste, para 52% entre adeptos de religiões de matrizes africanas e
para 76% entre quem avalia o governo como ruim ou péssimo.
Entre os que afirmam que votaram em Bolsonaro no
segundo turno, 17% disseram não ter nada a destacar de muito positivo.
Dos entrevistados que responderam, 8% consideram que houve avanços na
segurança, 7% mencionaram a reforma da Previdência, 4% afirmam que houve
combate à corrupção e 4% citaram os decretos de flexibilização do posse
e porte de armas. O fim do horário de verão foi apontado por 1%.
A pesquisa ouviu 2.086 pessoas com mais de 16 anos,
em 130 cidades. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais
ou para menos, e o índice de confiança é 95%. Essa última pesquisa do
Datafolha indicou a consolidação de uma divisão política do país após
seis meses do governo de Bolsonaro. O Brasil está rachado em três.
Para 33%, o presidente faz um trabalho ótimo ou bom.
Para 31%, regular, e para outros 33%, ruim ou péssimo. Com isso,
Bolsonaro se mantém como o presidente em primeiro mandato com a pior
avaliação a esta altura do governo desde Fernando Collor de Mello, em
1990.